Bem vindo ao time, Sr Gonzales!

André Gonzales, ex Móveis Coloniais de Acaju, chega em “somos todos grãos” cheio de amor pra dar!

Ele é artista-acervo disponibilizando uma bela e memorável canção e será artista-grão, colocando seu show com a Serenata Orquestra à disposição de KICKs para casas de idosos!

Maravilha!

Quem dá o primeiro lance?

Nick além da linha

“Além da Linha” é um livro de fotografias em preto e branco, nascido a partir do projeto de instagram de mesmo nome, iniciado no período de chuvas brasilienses.

Beirando as poças d’água, Nick viu nos reflexos uma nova leitura da arquitetura modernista da capital, ao praticamente imergir seu iphone em poças de chuva rente aos meio fios, que refletiam personagens, prédios e o céu cheio de formas, por vezes abstratas.

RENATO RUSSO – O Filho da Revolução

de Carlos Marcelo

Trecho do cap. 1 do livro “Renato Russo – O filho da revolução”

ed. Agir

 

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Logo depois de voltar de Nova York, novamente estudante do Colégio Olavo Bilac, no bairro da Ilha do Governador no Rio de Janeiro, Renato Manfredini Junior volta a se destacar no colégio do Jardim Guanabara, especialmente em redação e língua portuguesa. Sempre voltava para casa com notas altas. Seguia o modelo do bom estudante impresso no boletim: obediente (“Torna-se a alegria do lar”), estudioso (“Faz da escola sua oficina de trabalho”) e dócil (“Transforma a escola no segundo lar”). Gosta do ritual de cantar hinos como o da Bandeira:

Salve lindo pendão da esperança, salve símbolo augusto da paz…

— Nossa, como esse hino é lindo!

Com o desempenho acima da média na escola, sobra tempo para se esbaldar nas brincadeiras com os primos e vizinhos. Foi um fim de infância glorioso: horas e horas de diversão e invenção. Do alto da rua Maraú (na verdade, uma ladeira, sem saída) até embaixo, na rua Tambaú, descia de carrinho de rolimã ou em pranchas de fórmica. Às vezes ia para a Praia da Freguesia curtir a areia e as ondas fraquinhas com a irmã e com os primos Mariane, Hércole e Zé Eduardo (“Zeido”); este último, cabelos loiros e olhos verdes, fascinava Renato, um ano mais velho. Mas o que ele realmente gostava de fazer era passar os domingos na cobiçada piscina do vizinho, o Tio Ivan. Enquanto esperava o almoço, servido somente depois das três da tarde, o primogênito dos Manfredini nadava e brincava de redemoinho com as outras crianças: deitados, todos fingiam se afogar. Junior submergia na piscina funda, de ladrilhos. A cada mergulho, voltava com a ideia de uma nova brincadeira. Às vezes, inspirada em seriados da tevê:

— Maremoto, capitão!

— Submergir para dez mil pés! Marinheiro Kowalski, fechar a escotilha!

Viagem ao fundo do mar, Perdidos no espaço, Túnel do tempo… As crianças não perdiam um episódio dos seriados norte-americanos de TV. Muitas vezes, Renato abaixava o volume da televisão e brincava de dublar os atores, mesmo sem conhecer previamente as cenas que interpretaria. A irmã entrava no espírito e o acompanhava nas sessões de improviso.

— Carmem Teresa, vou fazer o Steve, o Larry, o Doug e o senhor Henderson.

— Tá bom, eu fico com as vozes da Peggy, da Elizabeth e da senhora Hurtington.

Carmem Teresa reparava, contudo, que o irmão se divertia ainda mais quando criava as próprias brincadeiras. Invariavelmente, eram histórias envolvendo personagens de civilizações extintas: grega, romana, até os vikings. Carmem logo percebeu também uma peculiaridade naquelas superproduções imaginárias: além de roteirista, Renato Manfredini Junior sempre se escalava como diretor e ator principal. Irmã, primos e vizinhos ficavam com os papéis coadjuvantes.

Aos fins de semana, um dos passeios preferidos de Junior e Carmem Teresa consistia na ida ao Cine Mississipi, o único cinema da Ilha do Governador, no bairro do Cacuia. Bem próximo ao cemitério, vizinho ao Colégio Olavo Bilac, o Mississipi exibia filmes para toda a família. Muitas vezes, era o avô, José Mariano, quem levava as crianças para assistir aventuras ou comédias. Deram gostosas gargalhadas com Essa pequena é uma parada, de Peter Bogdanovich, estrelado por uma das atrizes preferidas do neto: Barbra Streisand.

A diversão começava no apagar das luzes, com o recolhimento das cortinas. Mesmo quando o filme não agradava a todos (como o documentário Let it be, mais um filme dos Beatles a dividir os irmãos: ele adorou, ela detestou), o passeio já valia pelo hipnótico ritual do descerrar das imensas cortinas brancas, adornadas por cavalos marinhos azuis. A família também ia com frequência ao centro e à zona sul do Rio. Na Sears de Botafogo, uma peculiaridade da loja encantava Renato:

— Hmmm, esse carpete tem cheiro de Estados Unidos. Adoro esse cheiro!

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Quem for dentista levanta o dedo!

O Lar da Criança Padre Cícero tem um consultório dentário montado, prontinho pra atender as mais de 600 crianças que passam por lá todo dia. O consultório é lindo, mas falta o principal: o profissional! Se você é odontólogo, dê uma passada lá. Fale com seus amigos e vamos melhorar a saúde das crianças. A sociedade agradece!

Afinal, somos todos grãos!